A CDU de Sines denuncia imobilidade das autoridades competentes face à poluição das águas de Sines. "De acordo com vários relatos de pescadores, a poluição fez-se sentir a partir do dia 24 de Abril e deve-se à presença de uma mancha de hidrocarbonetos. Todavia, salientamos o carácter difuso de toda a informação recolhida porque as autoridades competentes nada fizeram para mitigar os efeitos da poluição e muito menos para aferir as responsabilidades e a origem daquela mancha.", denuncia a CDU em comunicado lançado no dia 9 de Março.

Mais uma vez os sineenses foram confrontados com a poluição nas suas águas costeiras com resultados que, para já, se saldam por várias toneladas de pescado contaminado, algumas delas com destino à exportação.
De acordo com vários relatos de pescadores, a poluição fez-se sentir a partir do dia 24 de Abril e deve-se à presença de uma mancha de hidrocarbonetos, todavia, salientamos o carácter difuso de toda a informação recolhida porque as autoridades competentes nada fizeram para mitigar os efeitos da poluição e muito menos para aferir as responsabilidades e a origem daquela mancha. A única excepção que confirma a regra foi a capitania do Porto de Sines que interditou a pesca a norte do emissor submarino da ETAR da Ribeira dos Moinhos, cerca de quinze dias depois da ocorrência!
A pesca foi proibida e os barcos estão parados, porém resta saber quem vai compensar os pescadores pelos prejuízos.
Quanto aos órgão autárquicos, o único que demonstrou a sua indignação e preocupação quanto ao ocorrido foi a Assembleia Municipal de Sines pela aprovação por unanimidade de uma moção apresentada pela CDU.
A Câmara Municipal de Sines até 5 de Maio, a única posição que tomou nas palavras de uma vereadora foi o envio de uma carta à Administração da Região Hidrográfica do Alentejo. Tamanho empenho e esforço é deveras clarificador da sua postura face a um assunto tão importante e delicado para a população de Sines. Ao contrário, o desvelo é canalizado para acções de propaganda camuflando a sua incompetência. Por exemplo: a falta de conclusões e resultados práticos do GISA (projecto de Gestão Integrada da Saúde e do Ambiente no Litoral Alentejano); o arrastar da solução do problema da contaminação da água do aquífero; a incapacidade para resolver o problemas dos cheiros pestilentos que com regularidade invadem a cidade, donde o menor dos problemas é o cheiro, preocupando-nos mais a origem e o que está por detrás dele.
Como o esquecimento apenas serve os incompetentes, relembramos as denúncias há cerca de três anos sobre o mau funcionamento da ETAR da Ribeira dos Moinhos por parte dos trabalhadores e do seu sindicato.
Adivinhando o previsível argumento da preservação da imagem de Sines, apenas adiantamos que bem pior e à laia dessa chantagem, é fazer perigar uma actividade económica que apesar de tudo ainda resiste em Sines e alimenta muitas famílias, ou mesmo mostrar aos sineenses que na sua terra reina a impunidade e irresponsabilidade em nome de jogos de bastidores cada vez mais a descoberto.
P’la CDU
Sines, 9 de Maio de 2011