Inserida nas regulares visitas e contactos com instituições e populações,os deputados do PCP na Assembleia da Republica, Bruno Dias e Paula Santos, juntamente com Dirigentes Regionais do PCP visitaram e contactaram ,hoje, várias Instituições e Estruturas Representativas do Litoral Alentejano particularmente na área da saúde.

A delegação do PCP esteve em Alcácer do Sal em visita ao Centro de Saúde,visitou o Posto Medico do Canal Caveira e  contactou com a População, visitou o Centro de Saúde de Sines e no Hospital do Litoral Alentejano reuniu com o Sindicato dos Emfermeiros e com a sua Administração.

Dos contactos e visitas realizadas podemos reafirmar que se mantêm graves problemas no que diz respeito à saúde no Litoral Alentejano.

No Hospital do Litoral Alentejano, há falta de médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar, o serviço de imagiologia está entregue a uma empresa privada. A pediatria está apenas a funcionar com um médico e não há serviço de urgência. O espaço construído para a maternidade, foi ocupado com uma unidade de serviços continuados. Nas urgências o tempo de espera é cada vez maior. As consultas de especialidade arrastam-se cada vez por mais tempo.O governo, em vez de tomar medidas para por o hospital a funcionar com todas as capacidades instaladas, o que pretende é, com a retirada dos utentes de Odemira, esvaziá-lo para depois tentar justificar o eventual encerramento de serviços e a redução de médicos e enfermeiros.

Nos Centros e Extensões de Saúde (os que funcionam), verifica-se uma carência de médicos, enfermeiros e auxiliares, deixou de haver atendimento permanente, o horário é bastante reduzido e não há serviços de urgência. Há Extensões de Saúde em que o médico só vai uma vez por semana, situação que se agrava com o encerramento de mais unidades. Foram encerradas as Extensões de Saúde de S. Bartolomeu, S. Francisco e Deixa-o-Resto, no concelho de Santiago do Cacém, Luzianes-Gare, no concelho de Odemira e há perspectiva de encerramento das Extensão de Saúde de Montevil e do do Barrancão, no concelho de Alcácer do Sal. Em Sines o Centro de Saúde está por construir.

Numa região em que as distancias são grandes, sem transportes públicos, com uma população envelhecida e com poucos recursos financeiros, onde cerca de 30% dos utentes não tem médico de família, o encerramento de Extensões de Saúde, o corte no transporte de doentes, a que acresce o aumento das despesas com a saúde, resultado do aumento brutal nas taxas moderadoras, do corte nas comparticipações dos medicamentos, colocam a população do Litoral Alentejano em grandes dificuldades.

O que está em marcha é a destruição acelerada do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com consequências gravíssimas no País e na Região.

A saúde é no Litoral Alentejano um problema muito sério, que exige resposta com outra política para o sector e pela qual lutam as populações.

Em Grândola a população continua a luta pela reabertura do SAP – Serviço de urgência e pela reabertura do Posto Médico do Canal Caveira. Nas Freguesias e localidades onde encerraram Extensões de Saúde, as populações manifestaram o seu descontentamento, nomeadamente através de abaixo-assinados e várias acções de luta. Os órgãos autárquicos, onde a CDU é maioria, tomaram posição e sempre estiveram ao lado das populações

O PCP está contra esta política e tudo fará para inverter esta situação, mobilizando as populações para a luta. Pela nossa parte tudo faremos para defender o SNS, para defender o acesso aos cuidados de saúde por parte das populações:

-          Pela afirmação do Hospital do Litoral Alentejano como uma unidade de referência, com financiamentos reforçados, novas especialidades e redução dos  tempos  de   atendimento, que  receba  os  utentes  de  todo  o  Litoral  Alentejano  e  a enorme população “flutuante” que procura a nossa região;

-          Pela construção da Maternidade;

-          Pela construção do novo Centro de Saúde de Sines;

-          Contra o corte dos transportes dos doentes não urgentes;

-          Contra os encerramentos de estabelecimentos de cuidados primários de saúde;

-          Pelo reforço da dotação financeira para o SNS, para que este possa atender aos seus compromissos com os doentes na fase critica em que nos encontramos;

-          Pela eliminação total, geral e universal das taxas moderadoras, designadamente para todas as consultas, Exames Complementares de Diagnóstico e Terapêutica praticados no SNS ou em entidades com ele convencionado;

-          Pela atribuição dos transportes a todos os utentes que necessitem dele para acederem aos cuidados de saúde;

-          Pela renegociação ou denúncia das parcerias Público Privadas e a integração de toda a rede hospitalar no quadro do sector público administrativo;

-          Pela resolução dos problemas que se verificam nos cuidados primários, onde residem as principais dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, restabelecendo os concelhos como base de organização administrativa dos cuidados primários e dotá-los dos meios financeiros, técnicos e humanos necessários ao cumprimento das suas missões, tendo presente que é aqui, nos cuidados primários, que reside o maior problema do SNS. É preciso inverter uma política de centralização hospitalar, retomando o percurso iniciado a seguir à revolução de Abril que tantos ganhos em saúde trouxe ao país e aos portugueses;

-          Pela valorização social e profissional dos profissionais de saúde, assegurando-lhes as condições de trabalho, de formação, de vínculos de carreira e remuneração que assegurem a sua máxima disponibilidade e qualificação e a estabilidade do serviço de saúde onde se encontram, no quadro do respeito pelas normas deontológicas que presidem à sua intervenção.

 

Vila Nova Santo André, 4 de Junho de 2012